Fim
E agora jaz o sentimento,
pútrido e inerte excremento,
tal qual uma carcaça nefanda - mas lasciva -,
prenhe de livores, repugnante, repulsiva .
E enquanto te beijam delicadamente
o rosto estes vermes nauseantes,
eu me debato frouxa em agonia,
pelo meu amor descomposto em apatia.
3 comentários:
O fim é sempre difícil, seja qual for ele!
Beijo
Muito bom! Gostei das rimas, do vocabulário rico e do tema, morbidamente belo. Me agradou muito , no terceiro verso, o paralelo entre "carcaça nefanda" e "lasciva". Realmente! Ficou muito bonita esta noção literal da morte do amor, que se condensa no último verso "amor decomposto em apatia". É isto mesmo. Parece, às vezes, que não notamos a morte do amor assim que ela ocorre. Não a aceitamos senão quando já se putrefaz. Será possível o amor que se avoluma com o tempo? Ou será somente ficção alimentada pela Poesia?! Parabéns pelo belo texto. Forte abraço.
Muito bom!!
Me fez lembra Baudelaire.. Flores do Mal..
Abraços
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