14.7.08

Tônico

Divagam meus versos
na poluição cinza
desse oxigênio morto.
Enquanto
esvai-se meu corpo
na cachaça da esquina,
no meu ânimo morno.

E ele beija, sem queixa,
meu vômito,
num frêmito impulso
- imundo -
de me fazer tônico.

5 comentários:

BABI SOLER disse...

Tem gosto pra tudo nessa vida, kkkk.
Boa Semana!

Hercília Fernandes disse...

Boa noite, Bina.

O que adoro em sua poesia, além dos domínios formais, é que você não tem medo de ousar e exprimir o desencantamento do eu-lírico.

O poeta tem livre trânsito para "vomitar" a confusão da existência. E o leitor "avisado" certamente se deleita com tal gesto.

Beijos, amiga.

H.F.

Anônimo disse...

Boa noite. Sou amiga da Hercília e vim só visitar seu blog. Mas não me contive, e quero parabeniza~la pela beleza poética de cada um dos que li. Mas este, em especial me tocou.

Parabéns, Bina
Abraços

Mirze

Djalma Silveira disse...

Este texto é muito bom. Estou lendo e relendo a fim de encontrar a afinidade que há com a sua palavra. Inicialmente, me agrada uma inteligência complexa que subjaz à sua escrita. Mas há também uma preocupação com a sonoridade, como que procurando a essência das coisas no âmago das palavras que as exprimem. Gostei demais, também beijaria esse vômito. Por impulso.

Meu abraço fraterno.

Djalma

Unknown disse...

Muito bonito estes versos, poderia se chamar, Na "Hora da Balada", pois transmite o fim de uma noite de farras e cachaça, farra e poluição ! E o clarear do dia se aproximando ! Boas sensações transmite por estes versos !