Amálgama
A um encantador profanei todos os templos terrenos
De súbito, torno cúbico o lúdico
Aos céus roguei desplendor em um semblante tão lírico
Empírico, frívolo, físico ao ridículo
E com as mãos calejadas de uma dama sinfônica
Atônita e brômica aos dogmas
A harpa que despertou no fruto toda a cobiça
Ilícita, explícita, química
Alucinógena canção que faz cair das falésias
As régias tão perplexas que flertam-nas
À uma flauta distante me levanto ao dinâmico
E ao cândido, lânguido, tântrico
No tempo em que tudo em nada mais há
Dilacerará, e encantará ou mutilará a epístola
Aludo-me aquele que em mente possui todo o caos
Assim em naus, tão episcopal, unilateral ou universal
Ensinar-te-ei a perder sua lógica infame
E clame que, ó, arranhe-me, derrame-se
Ensinar-te-ei a não seres tão sórdido
Mas mórbido, tão eufórico que exploda-o.
Tadeu
http://devolvame.blogspot.com/
Um comentário:
Brigado pelo elogio.
Também gostei do seu blog, e de algumas imagens que vi por aqui - além, é claro, dos textos. Especialmente este. Curto proparoxítonas. Talvez, por isso, Construção, do Chico, seja uma das minhas prediletas. E dizem que ele fez como que em aposta com o tio, Aurélio Buarque de Hollanda, o pai dos burros, que disse ser impossível rimar proparoxítonas (e Chico, pra provar que o tio errara, fez uma música só com elas, mostrando que, na verdade, QUALQUER proparoxítona rima com outra, tanto que ele as troca na música sem comprometer o bailado).
beijos, e apareça!
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