19.3.07

As queridíssimas palavras


Decerto as palavras foram do homem a mais exímia invenção - calcificação explícita da necessidade e vontade de comunicar.
Centenas de anos e estas se mantiveram sob o poder do clero, que as encerravam em livros, muito bem escondidos e protegidos das mãos públicas. Já bem sabia todo o clero como manipular uma sociedade inteira sem muito trabalho. O grande segredo é manter o povo longe da informação, para que continue ignorante e assim, maleável.
Séculos se passaram e ainda hoje os governantes têm plena consciência da maneira mais simples de manter o povo sob suas rédeas. Não podem mais manter todos os livros trancados por cadeados, mas podem manter todo o povo na inércia da educação. Analfabetos funcionais não têm a capacidade de interpretar um mero texto, muito menos terão a capacidade de contestar as ações governamentais. E é neste estado que se encontra mais de 50% da população brasileira neste exato momento.

A palavra é dom divino - doado por Deus, cujo filho é Verbo. Quem domina as palavras têm pleno domínio e conhecimento do "eu". Por muitas vezes pode parecer dolorosa a busca do "eu", mas mais doloroso seria perecer na ignorância do desconhecimento.
A partir da utilização das palavras provamos nossa distinção dos animais. É simples reconhecer isso quando verificamos que sem palavras não há pensamento. Tente pensar sem palavras: não há meios para tal. E todo pensamento que não requer o uso das palavras, é instinto. E instinto é animal. Logo, somos levados a pensar que sem palavras não existiria o raciocínio (este que nos difere dos animais) e devemos às palavras os meios para que se tal se concretize.

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