26.7.08

Uns parágrafos de gratidão

E freqüentemente a minha cabeça rodopiava e dançava um balé confuso de terminações nervosas, uma música neuronial.
Uma melodia enzimática sem nenhuma funcionalidade orgânica. Dançava aflitamente um som surdo, rarefeito e abstrato
que misturava a rotidão enfadonha das manhãs cinza e sonolentas do centro da cidade. Cidade trabalhadora. E cega.
E lá no meio estava eu, meramente seguindo a sinfonia desafinada que compõem os passos apressados, as letras sem sentido:
a sinfonia dos instrumentos públicos.
Até que você chegou.

3 comentários:

Natália Nunes disse...

"até que você chegou."

há pessoas que nos são isso, bem assim: apocalipsegênese.


beijo!

Luiza Viegas disse...

e qdo chegou, aconteceu oq?
conta conta conta rsrsrs

Djalma Silveira disse...

"E freqüentemente a minha cabeça rodopiava e dançava um balé confuso de terminações nervosas, uma música neuronial."

Gostei muito do texto todo, mas este seguimento me fisgou. Muito interessante usar a expressão popular "cabeça girando" comparando-a a um balé. Cativou-me também esta intensidade mental em contraposição à vida cotidiana, como uma fuga para dentro de si mesmo. Profunda solidão.

Grande abraço e fique com Deus.

Djalma