23.3.08

Perfectivo

Ela era branco, branco. Mas de uma brancura assim, azinhavrada.
Seus olhos eram fonte inesgotável de luz, e qualquer ser humano medraria sua matéria tocá-la: a sua beleza, inexplicável.
Seu contorno por completo, certamente, fora cautelosamente articulado, tal qual perfeição desinibida e atroz expele.

Excessivamente invulgar. Esteticamente extraordinário; asséptico. Sua exatidão, por vezes, quase um escárnio.
Seu sorriso escorria despercebidamente a inspiração para os mais belos versos do amor puro e verdadeiro.
Porém, agora, sua ausência se assemelha a uma lâmina afiada – que machuca, fere,
sangra e mata.

5 comentários:

Susyanne Alves disse...

Olá Bina!
Romântico e minunciosamente imaginável..
Gostei do mix de simples e sofisticado na linguagem.
Ótimo!
bjs

gustavo disse...

Eu tenho muita vontade de escrever sobre o branco; arrisquei uma vez: no começo já estava horrível e eu desisti.
Você fez um ótimo trabalho, como que costurando palavras exatas e dando pontos difíceis de conseguir.
Gostei demais, Bina!
Beijo e a gente se fala!

Anônimo disse...

Oi Bina! Vc é Dez..mais...bjs no seu coração!!

BABI SOLER disse...

e o bem e o mal...

Edna Federico disse...

Acho que tanta perfeição machuca mesmo...