29.8.07

7 fatos casuais

Fui convocada pelo meu amigo Otavio B. a discorrer sobre 7 fatos casuais que ocorreram nesses anos da minha vida. Modificando um pouco então, falarei sobre sete fatos que me marcaram com demasia. Coisas que ficam na memória, sendo úteis ou não para a minha posteridade.

1- Quando eu era pequenina, mas bem pequenina mesmo (e olha que isso faz tempo), minha mãe tinha o costume de me levar a peças de teatro, pois acreditava (com toda razão) que as peças de teatro eram importantes para a formação intelectual de uma criança e constituía ótima diversão. Pois bem. Num belo final de semana, minha mãe encontrou uma peça em cartaz, mas devido a seu título ambíguo, cujo não me recordo agora, ela pensou ser aquela uma peça para crianças. Mas não era. Lá fomos nós, eu como sempre toda engomadinha, vestidinho e arquinho na cabeça. Criança rosa e gorda (risos). Chegando lá, minha mãe verificou durante o espetáculo que a peça tratava-se de um espetáculo adulto e era um monólogo com uma atriz até famosa na época, cuja também não me recordo agora. Durante a peça, aparecia uma pessoa vestida de um animal qualquer, e em seguida desaparecia. A atriz então começou a se indagar “Para onde foi? Para onde fostes? Por que não lhe encontro?”. Prontamente eu, sempre disposta a ajudar, saí silenciosamente de meu lugar sem que minha mãe percebesse e quando a mesma se deu conta, eu estava lá em frente ao palco gritando: “Ali! Ali! Ele entrou ali atrás, ó! ALI!” E apontando para trás do palco incessantemente. Minha mãe disse-me que toda platéia parou e começou a rir. Até a atriz parou e começou a rir, pois não teve como prosseguir. Minha mãe enrubesceu.


2- Tratando-se ainda de peças de teatro, que foram uma coisa que me marcou demais, recordo-me ainda de uma peça chamada “A Dona Baratinha”. Quem aqui conhece essa história? Bom, essa foi a primeira peça da minha vida. Eu ainda não sabia o que era um teatro. E minha mãe conta que quando a Dona Baratinha entrou no palco cantando "Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?" eu comecei a chorar desesperadamente. Disse que nunca havia me visto com tanto medo de algo. Bom, imagino que a visão de uma barata gigante cantando para uma criança deve ser mesmo uma visão aterradora para a mesma.


3- A primeira vez que eu vi uma joaninha eu já tinha 11 anos. Ela apareceu na toalha da mesa da cozinha da minha antiga casa quando eu tomava café da manhã para ir ao colégio. Eu nunca tinha visto uma joaninha, somente em livrinhos infantis. A sensação foi tão inebriante que meus olhos se encheram de lágrimas. foi como se um personagem de história infantil tivesse pulado para fora das páginas do livro. Foi como ver um artista de televisão ao vivo. Eu lembro até hoje dela caminhando na toalha enquanto eu gritava minha mãe para ela ver também as peripécias desse bichinho engraçado. Foi um momento inesquecível.


4- Ainda quando eu era bem menor, minha mãe (sempre presente na minha vida!) tinha a mania de sair para caminhar e pegar cigarras. Sim, cigarras mesmo. Eu não sei porque diabos ela fazia isso, mas dizia que gostava de ouvi-las cantar. Então todo final de semana de manhã eu podia contar que acordaria com aqueles bichos berrando na minha cabeça. Eu só ficava em paz quando eles iam embora. Achava-os apavorantes.


5- Num dia dessa época, eu a acompanhava, e ela viu uma borboleta linda e azul na rua. Exatamente igual a essa da foto. No mesmo instante ela e sua prima, que nos acompanhava, resolveram que iam pegar a borboleta. Nos encontrávamos frente a um supermercado. Foi então que minha mãe entrou no supermercado, arranjou um saco plático rapidinho e saiu correndo, no meio da rua para pegar a borboleta. Após correr por três quadras ela finalmente conseguiu. Levamos a coitada para casa onde a colocamos na nossa varanda, que tinha proteção e assim ela não conseguiria fugir. Foi um dia de glória para minha mãe. E de vergonha para mim. Três dias depois ela soltou a borboleta.


6- Não me lembro exatamente quando foi meu primeiro porre. Mas lembro-me que tomo chopp sentadinha no bar que nem “gente grande” desde os 14 anos. Alternando, lógico, entre uma tulipa de chopp, e um copo de refrigerante.


7- Nestes últimos meses tomei para mim um hábito estranho. Legal para alguns, perigoso para outros. Costumo passar a tarde na praia, sentada na areia, em frente ao pão de açúcar (visão inspiradora), conversando com qualquer estranho que me aborde. E sim, quase sempre vem um. Das histórias que já ouvi, algumas foram bem clichês como nordestino vindo sozinho em busca de emprego; às mais tristes, como mães que perderam algum filho e hoje vivem só com o cachorro. Talvez um dia eu escreva um livro.



Não vou passar a bola para frente como fez meu amigo. Até porque quase todos os blogs que conheço já participaram desta brincadeira. Então vou deixar por conta dos leitores para me dizerem um fato que tenha marcado muito sua vida.


Um grande abraço!


11 comentários:

Carmim disse...

Também já postei os meus sete factos casuais, confesso que me diverti muito com o que li aqui. Especialmente com o primeiro, rss!

Beijo.

Adroaldo Bauer disse...

Um fato que marcou demais minha vida, no dia de hoje, após uma aula intensa de informática para cinco alunas cegas no Cibernarium aqui em Porto alegre foi chegar aqui e poder te ler sem o recurso do ouvido e do virtual vision.
Ainda vejo. E isso é bom demais.
Beleza tuas sete proezas.
A de Dona Baratinha é uma aula de adulto para quem quer montar peças ou escrever para crianças.
Criança - como nós adultos, alguns - também imaginam coisas a partir do que vêem e ouvem.
Beijo, guria.

Anônimo disse...

amei!!!!

eu amo o teatro!
e fico imensamente feliz em ver como marcou algs coisas no decorrer da sua vida!

tb fico em determinados lugares. onde estranhos abordam.(qdo o fazem é pq realmente precisam conversar.. da p notr durante a conversa como eles estavam no limite e precisavam...)
eu gosto muito de conversar despretensiosamente com qm precise. queira. da p aprender muitissimo.. ate sobre as fragilidades dos seres humanos;.

amei esses fragmentos =D

e sim! olha. acho q pelos elogios vc deve tr achado q os dois desenhos q tinham embaixo. o de um homem fumando e o outro do lado. eu q fiz. mas ali sao os favoritos. os q escoolhi para favoritos do site. sao de uma amiga minha!
os meus so sao os de cima. e seguem o mesmo estilo; =P
so p esclarecer. pq ja teve uma pessoa q confundiu. pode tr acontecido o mesmo c vc!
mas bem... hj la pras 22h colocarei um desenho novo. n no nivel ou no estilo daqueles dois de baixo. q parecem humanos. =P sinto se decepcionei ^^""

Otávio B. disse...

Teatros, insetinhos e tulipas de chopp...Maravilhoso hein? Mas vc devia ser uma criança tão doce... Borboletas e joaninhas são bonitinhas...Eu era aquele tipo de moleque que achava "bonitinho" minhocas e baratinhas(não as da peça de teatro) rsrsrsrsr

Gostei de saber mais sobre vc e notar certas familiaridades...

Beijos, and...

Muito obrigado, vamos almoçar

Edna Federico disse...

Ri muito imaginando-a subindo ao palco do teatro, riso.
Só cuidado ao falar com estranhos, hein....no mundo de hoje é um perigo!
Beijos

BABI SOLER disse...

Belas histórias!
Bjo

BABI SOLER disse...

Posso linkar?

Renato disse...

Que inveja que tenho de vc! Como gostaria de ficar uma tarde sentado na praia olhando o Pão de Açúcar...sonho de paulista..rss

Henrique Minimim - LA FÊNIX disse...

Eu tirei essa última foto. Um belo dia de Sol feliz ;)

Ele disse...

A singular doçura das palavras tecidas à lápis cor de carvão, "deunuciadas" em papel de seda branca, fazem dos dias algo divinamente iluminado, como um coração em desatino...
Iluminemos então nossos dias.


Eu.

Anônimo disse...

Hey, I am checking this blog using the phone and this appears to be kind of odd. Thought you'd wish to know. This is a great write-up nevertheless, did not mess that up.

- David