Eu sempre vou te amar

Sem ele, até então, eu tinha sido fraca, procurando dar a impressão de forte. Com medo de tudo, mas dizendo para mim mesma que não era medo – era a sabedoria de quem conhece a realidade. Construindo paredes nas janelas por onde penetrava a alegria do sol – para que meus móveis velhos não ficassem desbotados.

Vi a mim mesma sentada no canto do quarto – frágil, cansada, desiludida. Controlando e escravizando aquilo que devia estar sempre em liberdade: meus sentimentos. Tentando julgar o amor futuro pelo sofrimento passado.

O amor é sempre novo. Não importa que amemos uma, duas, dez vezes na vida – sempre estamos diante de uma situação que não conhecemos. O amor pode nos levar ao inferno ou ao paraíso, mas sempre nos leva a algum lugar. É preciso aceitá-lo, porque ele é o alimento de nossa existência. Se nos recusarmos, morreremos de fome vendo os galhos da árvore da vida carregados, sem coragem de estender a mão e colher os frutos. É preciso buscar o amor onde estiver, mesmo que isso signifique horas, dias, semanas de decepção e tristeza.

Porque, no momento em que partimos em busca do amor, ele também parte ao nosso encontro.

E nos salva.

Obrigada, meu amor, por me salvar.

E ele talvez não saiba, mas se ele não existisse meus dias seriam mais cinzas. Pois é ele quem dá graça e cor a tudo. É por ele que eu levanto todos os dias e sorrio para a janela ao ver o sol entrando – porque sei que o tenho.

Eu sei que o tenho: essa certeza é que me dá força e energia para agüentar o que tiver de vir e existir.

Eu o amo, e é amor para a vida toda.