Como eu quero
Um dia eu quero uma biografia com meu nome, feita por outro, cuja personalidade me lembro distante. Não quero alegorias ou farfalhos excessivos em cima de minha ingênua trajetória. Quero ser lembrada apenas como intelectual – sem ênfase na responsabilidade que tal acarreta - e ter-me atribuída uma personalidade deliciosa, apenas isso. Sem mistificações nem mitificações. Quero que sejam lembradas minhas gargalhadas em torno dos mais variados assuntos. Quero que riam, aliás, sorriam quando se lembrem de mim e deixem à mostra os dentes amarelados, sem vergonha. Nunca me aprouve a ideologia do “viver rápido e intenso”. Quero mais é viver muito e deixar um legado imenso de netos. Só quero que meus dias sejam o mais repleto de luz possível. Da paz eu só preciso para morrer.
*Quadro:
The cup of tea - Mary Cassat
Um comentário:
Se ainda vivo estiver, e se me restar alguma palavra, etérea idéia, contarei às flores e aos corações quem foi aquela que na minha juventude foi um ídolo.
(embora minha versão de sua biografia irá se assemelhar levianamente em um drama Shakespeariano com muiots farfalhos, múltiplas personalidades, sonhos e muita música. Ainda há tempo de impedir que sua vida se transforme em uma novela mexicana.)
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