22.3.07

As moscas não choram


Hoje eu vi o que qualquer pessoa normal não veria ou deixaria passar em branco, ignorando sua extrema importância para o bem-viver humano.

Eu vi uma mosca se esguiando para passar pela janela, que oferecia apenas pequeníssima brecha para a “passada” da mesma, e chegar até a luz. Meu Deus, mas que momento esplêndido foi aquele! A mosca venceu seu objetivo. E eu pude acompanhar a dificílima trajetória e sua frívola tentativa de alcançar a luz. Sublime.

Na verdade, este inebriante ínterim me obrigou a refletir. O que é a vida da mosca? Basicamente seria algo do tipo mosca, água, comida, luz, ar, filhotes(ovos), água, mosca, ar, luz, comida, filhotes(ovos), mosca, luz, comida...

Qual o grande objetivo de vida da mosca? Comer e se manter na luz para se aquecer e sobreviver. Chegar até a luz, naquele momento, era imprescindível para a mosca, tanto que a mesma, na sua eterna ignorância, bateu a cabeça indeterminadas e desesperadas vezes no vidro. Coitada da mosca... imagino o que deve ter se passado pela cabeça da mesma, mas as cabeçadas não foram suficientes para fazê-la desistir.

A mosca é um animal maravilhoso. Mesmo sendo odiada por todos os seres humanos e com o aumento da produção de inseticidas de marcas variadas, nunca vi nenhuma delas em depressão. Moscas não têm depressão, e isso é fantástico.

(e igualmente fantástica é a relevância deste post)

Mas o fato é que: eu vi a mosca vencer! Eu vi a mosca chegar até a luz – até seu objetivo. Eu vi a mosca voar e quase que pude sentir na pele a alegria dela por ter alcançado a mãe-luz! LUZ.

Ave mosca.

2 comentários:

Unknown disse...

Huhauahauh!
Avé!

Gostei..
emocionante ;)
Hahah (é sério, conseguiu passar muito bem a emoção!)

Eu sou disse...

É um bom texto.
Impressionante como até os atos mais reles da vida tem um significado esplendido para quem o faz.
Certa vez na cozinha de minha casa, que vi uma formiga. E essa formiga lutava para conseguir levar um pedaço de bala. Uma única formiga. Ela não agüentava o peso, ela arrastava, parava, arrastava e parava. Parecia estar descansando, mas não desistia nunca do objetivo que era levar o seu açúcar pra seu formigueiro.